O Consórcio Eleitoral “Mais Integridade”, uma plataforma que junta sete organizações da sociedade civil, está reunido, desde esta terça-feira, 25 de Julho, até a próxima quinta-feira, 20, para alinhar estratégias para as próximas fases das eleições autárquicas deste ano, com destaque para a campanha eleitoral.
A reunião de dois dias junta dirigentes e técnicos das organizações membro do Consórcio e os 11 coordenadores provinciais responsáveis pela observação do processo em todas as províncias do país. Falando na abertura do evento, o presidente da “Mais Integridade”, Edson Cortez, disse que a reunião desta semana constitui uma oportunidade não só para projectar as próximas fases do processo eleitoral, mas, também para fazer o balanço do trabalho feito durante os 45 dias do recenseamento eleitoral, que decorreu de 20 de Maio a 3 de Julho de 2023.
Na ocasião, Edson Cortez instou aos participantes a discutirem, de forma aberta, e a serem, sobretudo, críticos, como forma de melhorar a actuação do Consórcio na observação eleitoral deste ano. “Devemos apontar o que foi mal feito e o que o que pode ser melhorado para que, nas próximas fases, a máquina esteja oleada e funcione sem percalços”, referiu, acrescentando que a participação activa de todos é crucial para “sairmos daqui como equipa coesa, que tem bem definidos os objectivos para a fase que se seguem”.
A preparação do Consórcio para as próximas fases de observação inclui treinamento dos coordenadores em vários temas, que incluem observação da campanha eleitoral, inclusão de pessoas com deficiência e princípios de contencioso eleitoral.
Refira-se que, nos 45 dias do recenseamento eleitoral, o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” contou com 68 observadores, que testemunharam cerca de 62 mil processos de inscrição de cidadãos nos cadernos de eleitores, através de mais de 4.200 visitas a 918 postos de recenseamento, em 27 municípios, ou seja, em cerca de 50% dos postos existentes nas circunscrições autárquicas.
O Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” observou o recenseamento eleitoral e a exposição de cadernos nos seguintes municípios: Cuamba e Insaca, na província de Niassa; Montepuez, Mocímboa da Praia, Pemba e Chiúre, na província de Cabo Delgado; Cidade de Nampula, Ilha de Moçambique, Nacala-Porto, Angoche e Malema, na província de Nampula; Quelimane, Mocuba, Gurúè, Alto Molócue e Morrumbala, na província da Zambézia; Moatize, na província de Tete; Guro, na província de Manica; Beira e Marromeu, na província de Sofala; Massinga, na província de Inhambane; Chókwè, Mandlakazi e Massingir, na província de Gaza); Matola e Matola-Rio, na província de Maputo, e Cidade de Maputo.
O Consórcio irá observar todos os actos do processo eleitoral de 2023, incluindo a campanha, a votação e o apuramento, até à promulgação dos resultados pelo Conselho Constitucional. O Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” é composto pela Comissão Episcopal de Justiça e Paz (CEJP) da Igreja Católica, Centro de Integridade Pública (CIP), Núcleo das Associações Femininas da Zambézia (NAFEZA), Solidariedade Moçambique (SoldMoz), Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), Capítulo Moçambicano do Instituto para Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique) e Fórum das Associações Moçambicanas de Pessoas com Deficiência (FAMOD).
Constituído em 2022, o Consórcio tem como objectivo contribuir para a transparência e integridade do ciclo eleitoral 2023-2024, avaliando, de forma objectiva e isenta, o seu desenrolar, produzindo informação e análise públicas e credíveis sobre as várias fases do processo, incentivando o nível e a qualidade de participação dos cidadãos e contribuindo para a redução das tensões eleitorais.